O advogado Neilton Cruvinel, primeiro defensor do ex-senador
Demóstenes Torres no processo em que ele pode perder o cargo de procurador de
Justiça, afirmou que vem recebendo ameaças de morte, e registrou um boletim de
ocorrência na Polícia Civil de Goiás no qual o acusa de tentar agredi-lo e de
ameaçá-lo de morte. O caso é do dia 19 de dezembro.
Anteontem, Demóstenes virou réu em ação criminal em Goiás,
acusado de corrupção passiva e advocacia administrativa – uso indevido de
facilidades do cargo. Ele é acusado de receber R$ 5 milhões do empresário
Carlinhos Cachoeira, além de outras vantagens. A ligação com Cachoeira, que é
réu por corrupção ativa, levou à cassação do mandato de Demóstenes no Senado,
em 2012.
No boletim de ocorrência, Cruvinel registrou que, após frustrado
um projeto entre ele e Demóstenes para montarem um escritório de advocacia
juntos, o ex-senador "passou a agir de forma dissimulada, visando
prejudicar a relação" de Cruvinel com conhecidos de ambos.
Segundo o advogado, Demóstenes se aproveitou de um
desentendimento financeiro entre Cruvinel e o empresário Maurício Sampaio para
"fomentar a discórdia" entre os dois. Na versão de Cruvinel, o
ex-senador disse que Sampaio se sentia prejudicado no acerto financeiro e por
isso estaria disposto a matar o advogado. A Sampaio, segundo a versão
apresentada à polícia, Demóstenes teria dito que Cruvinel é quem se sentia
prejudicado no acerto, e por isso decidira agredir o empresário fisicamente com
um tapa na cara.
Encontro. O advogado afirmou que Demóstenes o chamou para um
encontro no seu apartamento em 13 de dezembro. Ao chegar, estavam lá Sampaio e
Carlinhos Cachoeira. Na versão de Cruvinel, Demóstenes passou a xingá-lo, a
dizer que tinha feito intrigas, e a acusá-lo de haver dito para várias pessoas
que o escritório de advocacia de ambos seria também de Cachoeira.
Cruvinel declarou que Demóstenes tentou agredi-lo, mas foi
contido por Sampaio e por Cachoeira. Ele disse que só conseguiu sair do
apartamento porque o ex-senador era contido pelo empresário, mas Demóstenes se
desvencilhou e segurou a porta do elevador para dizer que iria "matá-lo,
degolá-lo e que iria acabar com sua vida". Cruvinel disse que "não
tinha como deixar de relatar essa ameaça porque sabe que é real, que Demóstenes
planeja atentar contra sua vida".
Procurado, Demóstenes Torres afirmou que dois advogados
comentariam a suposta ameaça. Porém, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay,
disse que apenas defende o ex-senador no processo no TJ de Goiás e que não
tinha conhecimento do caso. Pedro Paulo Medeiros também afirmou desconhecer as
ameaças, e disse que Neílton Cruvinel "talvez tenha ficado
inconformado" por sair do caso em que defendia o ex-senador. Carlinhos
Cachoeira nega ter participado da reunião. Maurício Sampaio não foi encontrado.
http://fichacorrida.wordpress.com/
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