E A SEGURANÇA DO CIDADÃO,PAGADOR DE IMPOSTOS, ONDE ESTÁ?

E A SEGURANÇA DO CIDADÃO,PAGADOR DE IMPOSTOS, ONDE ESTÁ?
Pagando para ser protegido e tendo que enfrentar os bandidos!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

"FATALIDADES" E MORTES POR POLICIAIS DESPREPARADOS. ATÉ QUANDO?

"FATALIDADES": ATÉ QUANDO? DESPREPARO FAZ MAIS UMA VÍTIMA NA PRÓPRIA PM.

07/06/2013 0 comentários 

Gama, DF: 2008: Torcedor é morto por um tiro na nuca de arma .40, disparado pelo policial na foto de capacete, e que depois foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto.

E AGORA...
Um policial morto, outro em estado de choque e duas famílias desesperadas e desamparadas, e uma população no limite do medo e da insegurança. O que está errado com a polícia pela qual pagamos tão caro. Erro de doutrina? Erro de preparação ou simples falta de mudanças e atualização para tempos mais modernos?
                    
                                Em 2008 foi o torcedor do São Paulo FC, em um jogo no Bezerrão no Gama, a vítima de abordagem errada e do despreparo  policial. Veio torcer pelo seu time, deixando um filho recém-nascido, em São Paulo; correu da confusão e foi assassinado com um tiro da temida “40”uma das mais elogiadas armas nos meios policiais por sua incontestável eficiência e letalidade. Tal ação tenebrosa classificada pelo comandante e pelo secretário de segurança da hora, como “fatalidade”.
                             Feito o tal inquérito até hoje, não se sabe o resultado do dito feito. Morreu um pai, um filho e um bebê ficou órfão, consolado pelo choro de uma mãe e avó.

Em 4 de Abril desse ano, outra guarnição “atirou primeiro e perguntou depois” e  o funcionário da Funcef e estudante de Administração de Empresas, José Alves Pereira levou um tiro na cabeça na BR-070, perto da entrada do Condomínio Privê. Ele estava no banco do passageiro de um Fiat Uno dirigido pela colega de curso Karla Pamplona Gonçalves, 22. 

                       Atingida pela mesma bala no supercílio direito, Karla conta que a polícia atirou contra o carro sem ter feito qualquer sinalização para que ela parasse o veículo. “Não era uma blitz, eles não estavam com a sirene ligada, não pediram para parar. Eles apenas atiraram”, conta a moça que viu o amigo tombar ensaguentado sobre seu colo. Segundo ela, a viatura estava sobre o canteiro central da pista e os policiais sequer saíram do carro para efetuar os disparos. “Eu vinha a 80 quilômetros, achei que eles estavam esperando que eu passasse para entrarem na pista”, relata Karla. 

                         E se matou um universitário, cansado após um dia de trabalho e depois de enfrentar três ou quatro horas de banco numa faculdade, que nã devia nada a polícia, e tentava ser um cidadão mais apto a participar produtivamente do nosso belo quadro social
                 Apenas por estar em um carro “parecido” com o dos marginais que talvez a polícia perseguisse, morreu sem chances de sequer apresentar mseu documentos numa abordagem decente e civilizada, a que todos nós temos direito constitucional garantido, pela lei que nos diz que ”ninguém produzirá provas contra si, nem será acusado sem provas”!
                            Morto por outra abordagem precipitada. Estudos a noite, trabalho cansativo perseguindo um objetivo com sacrifício, para morrer por uma bala destinada a um marginal que escapou impune.
E então não valem tais ditames na hora da ação do policial que deveria ser bem preparado em todos os sentidos?
Afinal quem está com medo de quem? Os policiais, os verdadeiros “ovelhas” do sacrifício na ponta do enfrentamento dos problemas sociais como a violência, as drogas, as quadrilhas, as invasões de terras, de órgãos públicos, e que cumprem, em 80% dos casos a sua missão e recebem toda a carga de culpa quando os crimes acontecem, tornando-se os alvos preferidos e principais de todas as críticas quando os números da violência  vem nos  tirar o sono, nós pobres pais de família e cidadãos  que trabalhando mais de duzentos dias por ano para sermos  fieis  ao pagamento de seus pesados impostos, “imposto” a nós pelo governo e pelas leis que sequer fomos consultados na hora de serem feitas. E ainda nos chamam de “contribuintes”!
E seguimos anestesiados, impávidos custeando e carregando nas costas, este continente imenso banhado pela corrupção, pelos altos gastos dos dourados cartões corporativos, pelas grandes negociatas e favores eleitorais, e pelo “dinheiroduto”que já se tornou o escárnio jogado todos os dias sem punição da inocente manada de brasileiros humildes e trabalhadores, que chora e sofre pelo seu país, torce para que tudo dê certo e crê cegamente num futuro melhor para os seus filhos e tem sempre a sua esperança renovada a cada novo mandato de seus governantes até que lhe atirem na cara a verdade nua e crua, de que os principais e fundamentais problemas de seu país, nunca são resolvidos, aqueles que todos contam já decorados nas pontas dos dedos: saúde, habitação, transporte, educação e segurança.
E pelo outro lado quase nunca sondado ouescaneado, usando-se uma terminologia da moda, está a estrutura de comando e preparação que está por trás do policial antes que ele vá para a rua, que são aqueles responsáveis pela direção, preparação e treinamento dos homens que vão para a rua.
É comum a tropa se manifestar, como é bem fácil hoje em dia com as facilidades multimídias, sua insatisfação com relação a ganhos, tratamento que recebem de oficiais autoritários, a até das condições de dependências em seus quartéis, como chegou a se ver inclusive do próprio batalhão de elite da Polícia Militar no DFonde foram postadas fotos sobres as péssimas condições de uso do quartel daquela tropa, na internet.
A profusão de blogs e sites, que falam, defendem e divulga as forças militares inserem hoje, os policiais num contexto de formação de opinião sobre e com a comunidade, nunca dantes visto. E é essa opinião que muitas vezes é punida, pelos bem polidos e lustrosos comandantes que do alto de suas brilhantes insígnias, não se permitem em hipótese nenhuma perder os privilégios quer os comandos conquistaram ao longo do tempo.
O que de forma alguma quer dizer competência, vez que esse comandos vivem sendo trocados, às vezes até mais de duas vezes em um ano como já aconteceu aqui no DF, onde recentemente no caso das capas de chuva superfaturadas, e  que degolou mais um comandante.
Estariam diante desse quadro, os nossos policiais recebendo treinamento adequado para suportar com galhardia, polidez e civilidade as pressões do dia a dia das ruas? Ou todos nós continuaremos a mercê desse despreparo e todos enquadrados naquela velha mentalidade da época cinzenta da ditadura, onde éramos chamados de “elementos subversivos,  agitadores, meliantes, e considerados inimigos das tropas e forças da ditadura, de tão nefasta e de triste memória?”
Algo está errado no reino das fardas, quepes e cassetetes. E já que não vivemos mais sobre um regime feudal e autoritário dos senhores da terra, exigiremos sim, com personalidade forte, que nossos direitos sejam respeitados antes de sermos permanentemente classificados como suspeitos e não como cidadãos de bem.
Antes que as balas nos atinjam, aquelas a quem pagamos tão caro preparem melhor aqueles que devem cuidar da nossa segurança e das nossas famílias. Tempos feudais já era. Respeito a autoridade sim; idolatração aos governantes nunca!
VEJAM O VÍDEO DO ASSASSINATO DO TORCEDOR NESSE LINK:




Karlão-Sam

07.06.13

sábado, 1 de junho de 2013

SOBRE O MATAR PARA SOBREVIVER; DEPOIMENTO NU E CRU DE UM OFICIAL DA PM-SP

Lourenço Martins - 'Não existe o prazer de matar'
LOURENÇO MARTINS, 54 ANOS



Coronel da PM, mata a serviço do Estado

Meu primeiro combate foi em 1974. Fui batizado numa troca de tiros. Tinha 25 anos e apenas quatro meses de polícia. Eu estava sentado próximo à janela e vi quando uns assaltantes executaram o guarda de um banco que ficava vizinho ao Batalhão. Descemos e houve uma troca de tiros. Dois bandidos morreram na hora, logo no primeiro confronto, quando ficamos cara a cara com eles. O aspirante que estava ao meu lado caiu atingido por uma bala na perna. Quando reagrupamos, partimos para cima deles e acabamos pegando todos. Deu um branco na minha cabeça. Eu nunca esperei presenciar um quadro daqueles. Quando tudo acabou me deu uma tremedeira. Parei para pensar que o tiro que atingiu o meu colega poderia ter me acertado, eu poderia ter morrido. Com o decorrer do tempo fui me acostumando com sangue, com as coisas trágicas. A tremedeira passou. É a mesma coisa do médico. Quando ele entra numa cirurgia, tem de ser frio. No dia-a-dia de um policial esse tipo de coisa se repete. E não é só a minha vida que está em risco. Tem a vida de outras pessoas. Em 1984, estava num cerco a uma favela. O Silvio Maldição (um bandido da época) estava com uma 9 milímetros na mão, quando um policial entrou no beco para rendê-lo. Eu, que estava numa laje logo acima, armado com uma 12, vi quando o bandido levantou o cão da arma. Atirei nele antes. Atirei para que um policial meu não morresse. Acertei a cabeça do bandido. Se mirasse no corpo, ele ainda poderia reagir. Procuro não me lembrar quantas pessoas já matei ou vi morrer. Eram pessoas que deveriam estar progredindo e que acabaram escolhendo o lado ruim. Mas o fato de estar dentro deste cotidiano da vida me fez ser uma pessoa muito fria na minha maneira de trabalhar. O policial militar tem de estar sempre atento, percebendo o que se passa nos 360 graus a sua volta. É policial 24 horas por dia. Há dois meses, decidi liberar meu motorista e fui para casa sozinho. Percebi que estava sendo seguido por três carros. Eram seis homens. Um dos carros me fechou e um dos bandidos saiu com uma arma na mão. Atirei de dentro do carro, pelo vidro. Ele caiu. Matei outros três e os outros dois fugiram. Ou eu os acertava ou eles me acertavam. Nunca feri uma criança, nunca baleei pessoas que nada tinham a ver com um crime. Para eu chegar a atirar em alguém é porque essa pessoa está atirando em mim. Não existe o prazer de matar, e sim a consciência do certo e do errado. Há muito tempo deixei a emoção de lado. Vivo pela razão. Para viver melhor, eu choro muito, corro e pratico esporte. É a minha forma de extravasar (nesse momento ele chora). É duro a gente perder um companheiro que passa dez, 15 anos do seu lado. Eu vivo para a polícia. Adoro o que faço. Para não machucar ninguém que amo, optei por nunca casar. Também não tenho filhos. Não quero jamais colocar em risco alguém que more comigo. Quem fez o juramento de defender com a vida a vida dos outros fui eu.