Espancado no banheiro de shopping do DF
Jovem alertou homem que urinava na parede e foi agredido por
grupo. Vítima está em UTI.
Um novo episódio de violência
gratuita em um shopping do Distrito Federal vitimou um professor de
natação que dá aula para crianças. Lucas Xavier, 28 anos, teria
sido espancado por pelo menos cinco pessoas – segundo testemunhas – na porta do
banheiro masculino do Pier 21. Tudo porque ele teria visto
um homem urinando na parede e alertado o rapaz sobre a atitude.
O suposto agressor não teria gostado da atitude e
começou a agredir o rapaz, com a ajuda de amigos. Primeiro Lucas levou
uma garrafada na cabeça. Depois, desacordado, foi agredido com socos e
chutes.
O crime ocorreu por volta das 22h de domingo. O professor
participava de uma festa em um restaurante do shopping. Uma mulher socorreu o
homem já caído no chão e chamou um colega de Lucas. Os brigadistas do Pier 21
foram mobilizados até a chegada do Samu, que transportou o paciente para um
hospital particular da Asa Norte.
A vítima está internada em UTI com pelo menos
três coágulos na cabeça. Ele também quebrou o maxilar. O amigo de Lucas, Victor
Lorentz Barbosa, 27, conta que ele está acordado e reconhece familiares, mas
ainda não responde aos estímulos do lado esquerdo do corpo. Segundo o
hospital, houve traumatismo cranioencefálico e o quadro é estável.
“Ele está acordado, mas não sabe de nada antes do
espancamento. Lucas nem se lembra que estava na festa”, diz Victor. “Ele
ficou desacordado por 20 minutos e depois reclamou de muita dor na cabeça e no
pescoço”, destaca.
Lucas mora na QL 12 do Lago Norte com a família de quatro
irmãos e trabalha em uma academia da região. Ele foi aprovado no concurso
de professor da Secretaria de Educação no fim do ano passado. A expectativa da
família é de que ele deve ser chamado em breve.
Expectativa da polícia é de prisões hoje
A irmã do professor, a bancária Sara Xavier, 30 anos, conta
que, segundo testemunhas, o grupo agressor teria fugido logo depois do
incidente. Seguranças do shopping teriam tentado detê-los, mas não conseguiram.
Porém, anotaram a placa do carro, um Celta prata.
Na tarde de ontem, colegas, testemunhas do caso e seguranças
prestaram depoimento na 1ª DP (Asa Sul). “Parece que a polícia já sabe quem é e
que estão de posse das imagens para prender os responsáveis ainda em
flagrante”, ressalta a bancária. A delegada-adjunta da 1ªDP, Renata Malafaia,
preferiu não se pronunciar para não atrapalhar as investigações. No entanto, a
Polícia Civil espera prender os responsáveis ainda hoje. A assessoria de
imprensa do Pier 21 disse que o shopping não vai se pronunciar até o término da
investigação da polícia.
Tranquilo
Segundo a família, Lucas é um jovem tranquilo. “Lucas nunca
se envolveu em briga e não é de telefonar muito, simplesmente chega em
casa. Por isso, quando vi o número dele tocando no meu celular, já imaginei que
alguma coisa tinha acontecido com ele”, conta Sara.
Na tarde de ontem, Ângela Xavier, mãe de Lucas, visitava o
filho na UTI. “Segundo a equipe médica, ele deve ir para o quarto em no máximo
três dias”, destaca Sara.
Memória
Os arredores do Pier 21 foram palco de outros episódios de
violência. Em 2011, cinco jovens foram vítimas de um arrastão na madrugada de
11 de janeiro. Eles saíam de uma boate que funcionava dentro do shopping quando
foram abordados por 12 criminosos. Uma das vítimas foi agredida e todos tiveram
pertences roubados.
No início deste ano, uma mulher teve o carro furtado
duas vezes em menos de 24 horas. Em 22 de janeiro, ela deixou o veículo no
estacionamento privado, e quando voltou percebeu que o carro
estava aberto. Foram levados uma cadeira infantil, o estepe e documentos. No
dia seguinte, ela retornou para solicitar imagens do furto. Dessa vez a vítima
estacionou o carro em uma vaga pública. Ao ir embora ela, percebeu que o carro
tinha sido levado por assaltantes.
Em março passado, o carro de uma mulher foi
arrombado e criminosos levaram o som e objetos pessoais.
Fonte: Da
redação do Jornal de Brasília